segunda-feira, 29 de junho de 2009

Comentários do filme "Vidas Secas"

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO- FACED/PROJETO IRECÊ
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA- SÉRIES INICIAIS/ENSINO FUNDAMENTAL.
CICLO DOIS
ATIVIDADE- GECIN- Vidas Secas
ORIENTADORA
- Rosane Vieira



No filme Vidas Secas, Nelson Pereira, o diretor do filme, traz em seus personagens muito da alma nordestina nos traços de Fabiano e sua família.
O filme aborda a problemática da seca e da opreesão social no nordeste do Brasil.

Ao assistir a longa caminhada de Fabiano e sua família pelas estradas do sertão em busca de emprego e abrigo e depois ser explorado pelo patrão e humilhado pelos que se dizem dono do poder, fez-me voltar no tempo e relacionar cenas do filme com a realidade vivenciada por muitos moradores da comunidade da qual fiz parte até meus vinte anos de idade. Com um povo advindo da agricultura sem alternativas para revindicar um valor maior pelos serviços prestados a seus patrões. Presenciei momentos em que a necessidade da sobrevivência secava a fala dos trabalhadores e prevalecia a de quem tinha mais poder.

A cena do filme em que o menino mais velho depois de ser repreendido pela mãe conversa com Baleia tentando compreender o significado da palavra "inferno" foi muito marcante. Ao repetir muitas vezes as palavras ditas pela mãe, ele observa o lugar onde está e relaciona o inferno à sua própria tristeza. Fica claro nesta cena a ausência do diálogo entre os personagens. O problema central do filme é que os personagens não têm linguagem.

Assisti o filme com um olhar crítico voltado para a miséria, para os problemas sociais do povo brasileiro, pois, antes só conseguia ver o filme.

Rosane levantou muitos pontos abordados no filme que fez-me perceber a necessidade de ver imagens com um olhar voltado para a função social do artista. De analisar espaço, trilha sonora, de perceber a presença da narrativa do silêncio e ver que em muitos momentos quem conta o filme é a câmera.


E como diz Rosane "Entender e compreender imagem é importante na sociedade contemporânea" .

Parabéns Rosane, sua forma de conduzir as discussões foi gratificante para a compreensão do filme.

Valeu!

"Um Apólogo"- Conto de Machado de Assis.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO- FACED/PROJETO IRECE
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA- SÉRIES INICIAIS/ENSINO FUNDAMENTAL.
CICLO DOIS

Grupo de Estudos Literários- GELIT
ATIVIDADE 2210- Escrita Machadiana

CURSISTA- Macicleide da Silva Pires

Plano de aula desenvolvido com alunos do grupo 10 a partir de uma obra de Machado de Assis.

APRESENTAÇÃO:

Apólogo é uma narrativa cheia de lições morais e éticas, muito próxima à da fábula, com a personificação de seres inanimados.
Escolhi trabalhar com este conto, por ele ser pequeno e de fácil compreensão, visto que meus alunos nunca tiveram contato com as obras de Machado de Assis.
Esta narrativa trata de uma discussão entre uma agulha e uma linha usada na costura de um belo vestido de festa para saber quem é a mais importante.
Para a elaboração deste plano de aula tive como referência a sequência didática do conto “Um Apólogo” proposta pela professora Evelim Santos na Revista Nova Escola (2008 p. 51)
PLANO DE AULA

Escola Municipal sinésia Caldeira Bela
Grupo- 10 A Segundo Ciclo

Objetivo:
Ampliar a capacidade de análise literária
Conteúdo:
Leitura e compreensão do texto “Um Apólogo” de Machado de Assis.
Tempo estimado:
Sete aulas
Material necessário:
Cópias do conto para todos os alunos
Caixa de costura com agulha, linha, alfinete e um pedaço de tecido.

Desenvolvimento:
1ª aula:
-Explicar a consigna do trabalho;
-Falar um pouco sobre a biografia de Machado de Assis;
-Apreciar as obras do autor expostas na biblioteca da escola.

2ª aula:
-Apresentar o conto “Um Apólogo”;
-Levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre a palavra “apólogo”;
-Usar o dicionário para os devidos esclarecimentos;
-Ler o conto individualmente;
-Conversar com os alunos sobre as características do conto (enredo, personagens, desfecho, espaço e clímax);
-Fazer uma leitura compartilhada comentando os pontos mais relevantes da história.

3ª aula:
Promover uma discussão com grupos de defesa da linha e da agulha.

4ª aula:
-Propor a dramatização do conto;
-Elaborar o roteiro de apresentação.

5ª aula:
-Elaborar os cartazes de divulgação da dramatização do conto;
-Selecionar informações sobre vida e obra de Machado de Assis.

6ª aula:
-Apresentar o trabalho desenvolvido na sala de aula.
-Dramatizar o conto para os alunos dos grupos 09 e 10 das professoras Edivânia, Maria Delian, Claudjane e Enaide.

7ª aula:
-Avaliar o trabalho através dos relatos orais e escritos dos alunos, da dramatização do conto e do desempenho no decorrer das atividades propostas.



RELATÓRIO


No dia 22 de abril de 2009, trabalhei a primeira aula com meus alunos de 5º ano.
Expliquei a proposta do trabalho e perguntei se eles já tinham ouvido falar de Machado de Assis ou se tinham lido alguma de suas obras; apenas Paulo Ricardo se manifestou em já ter ouvido alguém falar que Machado de Assis era um escritor famoso, mas não conhecia nenhuma de suas obras.
Como antes eu tinha separado alguns livros na biblioteca da escola, levei-os para a sala; neste momento comentei dos belíssimos acervos que temos na biblioteca, mas que ninguém tinha interesse para lê-los por serem livros com uma grande quantidade de folhas.
Apresentei cada livro explorando a capa, o título, o autor e o nome da coleção: “Machado de Assis em sua essência”.
*Iaiá Garcia *Memórias Póstumas de Brás Cubas
*O Alienista *Memórias de Aires
*Ressurreição *A Mão e a Luva
*Helena *Esaú e Jacó

Propus aos alunos que fôssemos para a área externa da escola, e em duplas fizessem a leitura da biografia de Machado de Assis.
Com grande entusiasmo, os alunos liam o texto proposto e também já se preparavam para as discussões na sala.












Fotos nº 1: Meus alunos lendo o conto e a biografia de Machado de Assis. (arquivo pessoal)

Retornamos para a sala e abrimos um círculo para as discussões; fui registrando no quadro algumas informações descobertas pelos alunos durante a leitura.
Depois desta aula, pude refletir que é possível trabalhar as obras de Machado de Assis com crianças pequenas. Como a obra machadiana é extensa e inclui uma série de contos compreensíveis para alunos a partir do 3º ano, cabe ao professor adequar uma obra à faixa etária das crianças.
E finalizando a aula, aproveitei e fiz a propaganda do livro que estou lendo “A Mão e a Luva”, uma outra obra de Machado de Assis. Como eles levam livros para lerem em casa, quem sabe agora não se interessam para levar uma desta obras deste famoso escritor.
Dando sequência ao trabalho, na segunda aula trabalhei com a exploração do conto. De início expliquei que nosso trabalho seria baseado em um dos contos de Machado de Assis; e que eu escolhi o conto “Um apólogo” por ser uma narrativa curta e de fácil compreensão. Fiz o levantamento dos conhecimentos prévios deles sobre o que seria um apólogo.
Muitas respostas estranhas foram surgindo como: Apólogo seria uma aposta entre dois homens, um rei num país distante, animais, coisas etc.
Como nenhum aluno teve uma resposta convincente, pedimos ajuda ao dicionário e a aluna Melizandra se encarregou de passar a definição para os colegas.
Em seguida entreguei a cópia do conto para cada aluno e eles fizeram a leitura em duplas observando a fala de cada personagem do texto.
Ao retornar à sala de aula promovi um jogo para trabalhar o conto.
Elaborei algumas questões, para que, através de uma brincadeira os alunos pudessem compreender melhor o texto em relação ao contexto, tempo, espaço personagens, narrador e outras questões envolvendo ética e as lições morais que o texto traz fazendo relações com a vida real.
Este foi um dos momentos mais significativos do trabalho, pois nas respostas dos alunos vi a reflexão dos seus atos, em casa, na rua e na escola.
Quando Flávio tirou a pergunta: “Quem é a mais importante, a linha ou a agulha?” Muitos alunos interromperam dizendo que era a linha porque ela é quem prende os pontos na roupa da baronesa. Outros discordavam dizendo que era a agulha, pois a linha precisava dela para abrir caminhos. Com muita pressa João Paulo interrompeu:
— As duas são importantes, uma precisa da outra para fazer um trabalho bem feito.
A última pergunta da caixinha foi: “O que o autor quis nos mostrar com esta história?”
Melizandra: — Que devemos compartilhar o que temos com os colegas.
Pâmela: — Que devemos ajudar uns aos outros.
João Marcos: — Que não devemos humilhar as pessoas dizendo as ser inferior a nós; pois cada um de nós temos um valor neste mundo.
Perguntei para a turma:
— Que situações na rua, em casa ou na escola vocês passaram que se assemelha ao texto e ao que estamos discutindo agora?
No momento das discussões registrei alguns questionamentos:
*No grupo ninguém aceita a minha opinião, acham que só a resposta dos outros é a que está certa.
*Quando me pedem algo emprestado nem sequer diz obrigado, e quando eu vou precisar desta pessoa ela vira a cara e não me empresta; por isso que eu acho certo quando o autor diz que tem servido de agulha a muita linha ordinária.
Encerrei a aula falando um pouco sobre a importância da amizade e solidariedade entre as pessoas principalmente num mundo como o de hoje, tão violento e com muitas pessoas que desejam e fazem o mal ao próximo. Que o importante e necessário para convivermos em harmonia, é sermos em diversos momentos a “Linha e a Agulha”.

Finalizamos o nosso trabalho apresentando para os alunos da escola, um pouco sobre a vida e obra de Machado de Assis e com a dramatização do conto “Um Apólogo”.

Estudar as obras de Machado de Assis no Grupo de Estudos Literários (GELIT) e aplicar esta atividade em sala de aula proporcionou-me novos conhecimentos, novas aprendizagens.
Foi também oportunizar aos alunos a se aproximarem do mundo dos leitores e incentivá-los a apreciar a literatura de qualidade, não só a de Machado de Assis, como também a de outros autores inclusive as que temos disponíveis na biblioteca da escola.

Referências

RAMOS, Heloísa Cerri - Sequência didática: Um Apólogo. In: MOÇO, Anderson- Machado, um clássico para todos. Revista Nova Escola Ano XXIII, n.215, set. 2008.

Apólogo- Conto de Machado de Assis extraído do site http://www,biblio.com.br/
Conteúdo/Machado de Assis/Umapólogo.htm

Roteiro para a produção do vídeo, feito apartir da aula da oficina da imagem

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA ENSINO FUNDAMENTAL/SÉRIES INICIAIS CURSISTAS: Euma Patrícia Sena Macicleide da Silva Pires Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende


1-Abertura com barulho da água do rio correndo (fotos ou filmagem)Aparece o título do vídeo. ÁGUA... Até quando!?
2-Foto da barragem de Mirorós ao fundo e na frente o seguinte informativo: "Barragem de Mirorós, localizada no rio Verde, afluente do rio São Francisco com capacidade de acúmulo de 158 milhões de metros cúbicos de água.”.
3-Em seguida a placa da inauguração da barragem. Com o efeito esmaecer. Para aparecer em seguida o tema: Construção da barragem.Entram duas janelas:
- Imagem estática do entrevistado, Dr. Luiz Alberto, diretor da CODEVASF.
- Fotos da barragem em construção de vários ângulos (cedidas pela CODEVASF).
• Capacidade de abastecimento; (imagens estáticas e móveis da barragem cheia e secando por nós e pela EMBASA)
-Só a fala do entrevistado, com imagens estáticas da estação de tratamento em Ibititá.
• Finalidades da água da barragem;
-Imagem móvel do entrevistado
• Causas da diminuição do nível da água;
Duas janelas-Imagem móvel do entrevistado;
-Imagem estática do nível da água da barragem antes e agora;
• Cidades contempladas com a água de Mirorós;
Imagem móvel do entrevistado;
• Providências cabíveis;
-Imagem móvel e estática da barragem. (filmagens e fotos feitas por nós, fotos cedidas pela Embasa).

Fechamento: o texto do fechamento terá o efeito·

Trecho da letra da música Riacho Correndo de Inácio Loiola Junior

Gravação - Rubinho do Rio e Lívia Ramayanna (alunos do curso de licenciatura em música)
Êh! Riacho correndo
Êh! Riacho correndo
Choveu com certeza
Tanto pingo d’água
Virou correnteza.

Ficha técnica.
Direção:
Euma Patrícia Sena
Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende
Macicleide Silva Pires
Roteiro:
Euma Patrícia Sena
Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende
Macicleide Silva Pires
Filmagem:
Euma Patrícia Sena
Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende
Macicleide Silva Pires
Produção:
Euma Patrícia Sena
Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende
Macicleide Silva Pires
Edição:
Euma Patrícia Sena
Maria Rita Oliveira Pereira de Rezende
Macicleide Silva Pires
Música:
Letra - Inácio Loiola Junior
Gravação - Rubinho do Rio e Lívia Ramayanna

Professores orientadores:
Maria Helena Bonilla
Rita Cássia Dourado Antunes
Ariston Eduão
Apoio:
Ponto de Cultura Ciberparque Anísio Teixeira Irecê-BA.
Embasa
CODEVASF
Prefeitura Municipal de Irecê

Filme produzido por alunos do curso de Licenciatura em Pedagogia – Séries Iniciais/Ensino Fundamental

Gravado e editado em Software Livre
Licenciado em Creative Commons